A pantalona encurtou. Mas será que elas nasceram longas ou nós que as encompridamos em algum momento?
As calças femininas foram criadas por Veneziano Pantaleone no século XVI, mas o primeiro registro no universo da moda foi em 1909, quando o estilista Paul Poiret escandalizou ao apresentar, em um desfile, uma pantalona bufante. As calças de Poiret não fizeram sucesso, mas sua ousadia declarou o começo de uma revolução.
Durante a Primeira Guerra Mundial as calças fizeram parte do guarda-roupa feminino. Mulheres que tinham maridos e filhos na guerra precisavam trabalhar e a praticidade no vestuário tornou-se necessária. Mas a verdadeira inserção das calças no universo da moda, como linguagem de estilo, aconteceu pouco depois, quando Coco Chanel apresentou um modelo de calças de alfaiataria mais soltas, que representavam elegância e poder.
Na década de 30 as pantalonas transformaram-se no símbolo da emancipação feminina pelas mãos de Elsa Schiaparelli, que lançou um abrigo cujas calças eram largas e um pouco mais curtas do que as tradicionais. Ainda assim, apenas um pequeno grupo de mulheres usava calças como declaração política. Foi por isso que, quando Marlene Dietrich apareceu de smoking e cartola na cena de abertura do filme Marrocos, o público ficou chocado. Mais tarde o filme seria reconhecido como o ponto de partida para a peça se tornar comum no universo feminino e em 1939 a revista Vogue começou a apresentar mulheres vestindo calças em suas páginas, o que representou um grande passo no sentido da igualdade de gêneros.
Afff… que as especialistas em história da moda não me crucifiquem por resumir tãããão “resumidamente” uma história que mereceria um livro inteiro.
Dando uma acelerada no tempo, chegamos aos anos 60 e ao genial Yves Saint Laurent, que em 1966 lançou o smoking feminino, uma de suas inovações de maior sucesso: blusa transparente e calça masculina. A criação de YSL representava uma provocação sexual e social – na época, alguns lugares ainda proibiam a presença de mulheres vestindo calças (que vida cã a daquelas mulheres!).
Na década de 70 as pantalonas apareciam como manifesto em busca do confortável, por conta da influência do movimento hippie. Deram lugar às leggings nos anos 80, às modelagens retas dos anos 90 e às skinnys nos anos 2000.
Hoje, as pantalonas não só estão de volta, como está em alta o modelo cropped – mais curto!
Ao contrário do que pode parecer, este modelo veste bem na maioria das mulheres, mas algumas verdades precisam ser ditas e a primeira delas é que as pantalonas cropped sempre vestem melhor quando usadas com salto. Mas isso não significa que usá-las com sapatos baixos vá comprometer a elegância.
Se o medo for “encurtar a silhueta”, usar as pantalonas cropped com blusas da mesma cor ou em tons semelhantes é uma ótima dica.
Apostar em cinturas altas e blusas também cropped funciona super bem, mas é importante respeitar a proporção do corpo. Aqui, aquela premissa de que se a calça é ampla a blusa deve ser justa nem sempre se aplica, ainda mais em calças com cintura alta super marcada. Na imagem a seguir a russa Mirolsava Duma veste um terno risca de giz off white com um top bem colado. Sem o casaco a porporção certamente ficaria estranha. É que ela tem 1,55m de altura, então ficaria resumida a “calças” se tirasse o casaco…
Um ótimo truque para alongar a silhueta com esse modelo de calças – e que de quebra resolve as vidas de quem, assim como nós, gaúchas da serra, sofre de frio – é usar botas ou meias super fechadas na mesma cor do sapato. Na imagem abaixo tem três exemplos. Um deles é a Gabi Basso, que fez esse modelo de calça para o Inverno 2015 e na imagem usa com botas de salto grosso. Ficou show e este modelo que ela usa (reta e com barra italiana) logo estará disponível na loja online gabrielabasso.com.br. Por enquanto tem um modelo parecido, que afunila um pouco na perna, como o da Miroslava Duma (eu tenho e amo!).
Para encerrar, uma dica para quem quer usar mas está insegura é usar com casacos longos ou, ainda, tricôs mais compridinhos. Eles vão te ajudar se sentir confortável com esse novo shape… Vale, ainda, lembrar da jaqueta perfecto, que sempre é a melhor amiga na hora de se sentir segura com uma novidade.
Eu já usei meu macacão GB (tá no Insta @dannyhellen_) e to bem louca pela calça de barra italiana…
Beijos!
1 Comentário
amei! me lembrou “saia-calça” do seculo passado… rsrsrs
quero já